Dica de Teatro - São Paulo

12 Homens e uma Sentença

Banco do Brasil apresenta 12 Homens e uma Sentença no teatro

Foto: Zineb Benchekchou

Por Helô - Arteplural Assessoria de Imprensa

Depois de estrear em 19 de novembro de 2010 no CCBB de São Paulo, o espetáculo 12 Homens e uma Sentença - que fez duas bem-sucedidas temporadas no teatro Imprensa (2011), Tucarena (2012) e CCBB de Brasília (2012) - prossegue sua trajetória agora no Cultura Artística Itaim, a partir de 14 de setembro, sexta-feira.

A trama de um dos melhores filmes de tribunal da história, 12 Angry Men (EUA, 1957, de Sidney Lumet, na tradução literal 12 Homens Furiosos) está sendo encenada pela primeira vez no teatro brasileiro com sucesso de público e crítica. Melhor espetáculo do ano, duas indicações ao Prêmio Shell (melhor diretor, Eduardo Tolentino; melhor ator, Norival Rizzo), mais de 300 apresentações e quase 30 mil espectadores, a peça de Reginald Rose, com duas versões para o cinema, com Henry Fonda e Jack Lemmon, tornou-se um clássico do teatro.

INFORMAÇÕES - 12 Homens e Uma Sentença
Data: 14 de setembro a 2 de dezembro de 2012
Horários:  sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 18h às 21h.
Preços:  Sextas às 21h30 (R$ 60,00), Sábados às 21h (R$ 70,00),
Domingos às 18h (R$ 60,00). | Duração: 100 minutos. | Classificação etária: 12 anos
Acesso para pessoas com deficiência.
Vendas pela Internet - www.ingressorapido.com.br
ou Central de Vendas: (11) 4003-1212

LOCAL - Teatro Cultura Artística Itaim (Capacidade - 303 lugares.
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1830, Itaim Bibi, Tele.3258-3344.

Sobre a Peça

Os doze jurados devem decidir se condenam ou não à morte na cadeira elétrica um jovem acusado de assassinar o pai. Surpreendente exercício de argumentação e conflito de paixões acirradas. Adaptação inédita para os palcos do clássico filme dos anos 50, tem direção de Eduardo Tolentino e traz no elenco os atores Adriano Bedin, Brian Penido, Ricardo Dantas, Zé Carlos Machado, Oswaldo Mendes, Augusto Cesar, Fernando Medeiros, Haroldo Ferrari, Henri Pagnoncelli, Oswaldo Ávila, Riba Carlovich, Gustavo Trestini e Ivo Muller. O texto de Reginald Rose tem tradução de Ivo Barroso, encenação de Eduardo Tolentino de Araújo e cenografia e figurino de Lola Tolentino.

O calor escaldante do Verão de nova York faz o suor pingar do rosto dos 12 homens trancados a chave numa pequena e claustrofóbica "sala de júri". Depois de dias de julgamento, está em suas mãos decidir a sorte do réu. O mais importante: o veredicto precisa ser unânime. Se os 12 enclausurados jurados considerarem o réu culpado do assassinato do próprio pai, ele será executado, mas se um deles tiver uma dúvida razoável a respeito da culpabilidade, o garoto não poderá ser condenado.

Para o diretor Eduardo Tolentino, o desafio de transpor o filme para os palcos está no trabalho de atores. “Trata-se de algo que envolve ideias e discussões, por isso é importante saber como tornar isso ao mesmo tempo atraente e impactante, como no filme. Precisamos estruturar a montagem para que vá além da fala e esteja tanto no corpo dos atores como no palco.”

O filme e a história criada para a TV

Esta montagem conduz ao tablado o clássico que trazia no elenco também Martin Balsam, E.G.Marshall, Jack Warden, Ed Begley, Ed Binns, Jack Klugman. O filme, em preto e branco, recebeu três indicações ao Oscar – melhor filme, melhor direção e melhor roteiro adaptado. Henry Fonda ganhou o Bafta como melhor ator. Lumet venceu o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim. No total, foram 13 prêmios e seis outras indicações. Fato curioso é que o filme, exceto três minutos de projeção, foi gravado dentro de uma pequena sala.

A história foi criada originalmente como uma peça feita para a TV e apresentada ao vivo em 1954 pela CBS; durante décadas acreditou-se que a apresentação original havia se perdido, até que, em 2003, houve a descoberta de uma fita gravada com o programa.

Henry Fonda viu a apresentação na TV e ficou impressionado com a peça. Reconhecendo um papel que se adequava com perfeição à sua sinceridade tranqüila e vendo a oportunidade de um filme emocionante, Fonda o produziu do próprio bolso. Entregou a direção a Lumet, um dinâmico veterano do teatro de TV ao vivo, cuja experiência lhe permitiu – e ao diretor de fotografia Boris Kaufman, outro especialista em trabalhar em espaços limitados e em preto-e-branco – extrair a tensão galopante do roteiro bem amarrado de Rose e concluir o filme em menos de 20 dias.

A telepeça de Reginald Rose recebeu uma refilmagem em 1997, também feita para a TV, com o mesmo título original. Foi dirigida por William Friedkin, o diretor de Operação França e O Exorcista. O elenco de grandes nomes tinha Jack Lemmon no papel que havia sido de Henry Fonda, George C. Scott ocupando o lugar de Lee J. Cobb, e os outros jurados foram interpretados por Armin Mueller-Stahl, James Gandolfini, Edward James Olmos e Hume Cronyn.

Entre as montagens teatrais da história no mundo, destaque para a de Harold Pinter, em 1996. Em 2003 o texto teve uma encenação aclamada no Festival de Edinburgo, com Owen O'Neill no papel do jurado 8. Vale ressaltar também a montagem do grupo Roundabout, de Nova York, em 2005, com três indicações para o TONY - melhor revival, melhor direção e melhor ator protagonista - além de vários outros prêmios.

Depois de mergulhar no universo de Kafka com uma releitura de A Metamorfose, com a elogiada Niklastrasse, 36, a Cia dos Imaginários se utiliza da Alice, de Lewis Carroll (1832-1898), para o novo trabalho, Uma Alice Imaginária. O espetáculo estreia dia 5 de outubro, sexta-feira, às 21 horas, no Teatro Commune. No elenco, Aline Baba, Kedma Franza, Luana Frez, Maria Cecília Guimarães, Mariana Viana, Renata Weinberger e Rodrigo Sanches. René Piazentin assina direção, dramaturgia, cenário, figurino, luz e trilha sonora

A Alice de Uma Alice Imaginária é também uma menina que despenca em um lugar completamente desconhecido e se depara com as incríveis criaturas Dodô, Chapeleiro Maluco, Lebre de Março, Gato, Coelho, Lagarta e Rainha. Mas a Alice desta história perdeu algo muito importante e passa a peça tentando entender o que lhe falta de tão precioso. A menina não toma um chá, mas abre caixas que guardam coisas antigas, brinquedos velhos, louças, objetos que já tiveram sua importância dentro daquela casa, e este desvendar de coisas leva a pequena ao mundo imaginário de Carroll.

O diretor e dramaturgo René Piazentin perdeu sua mãe em 2003 e agora, 9 anos depois, encontra na personagem Alice um diálogo artístico para uma ausência que pode ser a de tantas pessoas. "As personagens de Carroll parecem ter vida própria, para além das duas Alices. Então, usá-los como costura para contar outra história, possibilitou uma liberdade muito grande como costura para contar outra história", comenta René.

Onde ficam guardadas as principais lembranças? Por que não prestamos atenção naquele dia banal para depois termos ele na nossa cabeça? Quem tranca nossos momentos no esquecimento? Essas perguntas fazem parte do espetáculo que trata de uma menina que, de alguma forma, guarda na memória os personagens de Alice, como se fosse uma jovem que se utiliza da história de Carroll para entender a sua própria.

O cenário, a trilha, a iluminação e o figurino também levam a assinatura de René Piazentin. O cenário basicamente é composto de caixas - que pretendem dar a ideia de uma casa em mudança, ou mesmo do retorno a um lugar que ficou fechado por muito tempo. A luz busca recortar a presença dos atores quase que de maneira a neutralizar o espaço, "como se a ação flutuasse dentro da cabeça de Alice", explica o diretor.

A trilha sonora traz canções de bandas Islandesas como, Sígur Rós, Amiina, Múm e Sóley. "Na verdade começamos a utilizar músicas do Múm, que possui uma sonoridade que remete à infância, com toques de tensão e melancolia em muitos álbuns, e a pesquisa nos levou a outros artistas, coincidentemente de mesma nacionalidade", conta o diretor.

Sobre o fato de ser o autor deste espetáculo, René analiza: "não me nomearia dramaturgo - acho que há uma diferença entre um texto que é escrito à espera de uma ou mais montagens futuras, por outras pessoas, e um texto que o próprio diretor escreve, já com uma encenação embutida. Ele é quase um roteiro de espetáculo, que não sei se faria sentido ser montado por outro grupo. Cada cena foi elaborada pensando no texto, na trilha, nesse grupo específico. As palavras que estão ali carregam tudo isso".